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Chinmayananda



O questionamento de quem eu sou é uma busca pelo sujeito. Esta busca é distinta de qualquer outra no mundo material. Cientistas, céticos e ateus buscam a verdade no mundo exterior. Nada há de errado nisso, uma vez que os levará por fim aos caminhos do questionamento da subjetividade.

Os cientistas, em sua natural extroversão mental, buscam a verdade no mundo exterior. Eles não são capazes nem de apreciar e nem de compreender o valor dos sábios contemplativos e de suas vastas vivências. 

Desde tempos imemoriais, os mestres da tradição védica e os filósofos ocidentais têm buscado o Ser. Platão expressou isso na ideia "Conheça a si mesmo"; Buddha, emergindo da tradição hindu, falou do estado de nirvana, que se assemelha à visão hindu de "um Ser onipresente". As escrituras hindus tratam exaustivamente deste assunto. Não que isto seja uma glória específica dos hindus. Ocorre que eles dirigiram seu gênio à investigação deste tema por um longo período de contínuo questionamento. 

O Ocidente, por outro lado, teve um considerável progresso tecnológico, não necessariamente devido a uma graça específica do Senhor, mas devido ao caráter ocidental, revoltado contra a "idade das trevas" dos tempos medievais e dirigido aos aspectos mais racionais e diretamente observáveis da vida.

Chinmayananda


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Quem Eu Sou?

Em um silente momento de contemplação, quando eu me dirijo à luz da Consciência, despojado de todos os objetos, incluídos meu próprio corpo, sentimentos, pensamentos, eu diviso a mim mesmo.

Neste momento como estamos, nós vivemos sem conhecimento de quem somos - ébrios, tolos ou lunáticos fugidos de algum asilo. Em nossa presente condição jamais podemos manter um relacionamento apropriado com os seres e objetos do mundo. 

Cada um de nós está condicionado por suas concepções anteriores, seguindo pela vida afora atrás de falsas esperanças, loucas ambições e ideias fúteis e inúteis. Chega disso! Busque e conheça quem você é. Eu sou indescritível. Eu não caio em nenhuma categoria. Eu sou você - você mesmo em sua pureza. Portanto onde você é puro, você é Chinmaya. Em sua confusão você me chama "mestre" ou "santo", mas eu sou tão somente você mesmo, redimido de suas próprias confusões.


Quando surge a primeira tendência?

Quando surge a primeira vasana? As vasana são as pegadas dos nossos pensamentos, das nossas atividades, ações. Então se poderia supor que a primeira vasana surge com a primeira experiência, no primeiro evento, mas não é esse o caso.

Imagine que estamos andando em uma calçada de cimento em frente a uma praia. Ao começarmos a caminhar pela areia, colocamos o primeiro pé, mas esta marca ainda não é uma pegada, pois estamos com o corpo neste local. Quando colocamos o segundo pé, criamos uma segunda marca, porém ainda não é uma pegada, pois também estamos com corpo sobre ela. E é somente quando retiramos um dos pés, para dar o terceiro passo, é que temos a primeira pegada, a primeira vasana. Assim, a primeira vasana só pode surgir no terceiro pensamento. No segundo pensamento se cria o tempo, a menor unidade de tempo, o "segundo", e por isso não o chamamos de "primeiro".

Com o primeiro, o segundo e o terceiro pensamentos, eu não posso de fato ser contaminado ou preso pelas vasana, pois as vasana só existem no tempo e eu sou livre do tempo, que existe como uma experiência para mim. Basta que eu volte a causa inicial que é brahman, minha própria identidade livre do tempo, assim como o bicho da seda, que tira a seda de si e fica presa no casulo que ela própria construiu ao redor de si para sua proteção. Ou uma pessoa que construiu uma casa por dentro e, ao final do último tijolo, percebe que se esqueceu de deixar janelas ou portas; criou uma tumba para si! Quando se sentir preso pelas vasana, vá além da mente!

Introdução









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Quem Eu Sou? - Chinmayananda


Eu sou tão somente você mesmo, redimido de suas próprias confusões

Pergunta: Swamiji, quem é você?

Resposta: "Quem eu sou?" é um tema exposto por Ramana Maharsi. O questionamento de quem eu sou é uma busca pelo sujeito. Esta busca é distinta de qualquer outra no mundo material. Cientistas, céticos e ateus buscam a verdade no mundo exterior. Nada há de errado nisso, uma vez que os levará por fim aos caminhos do questionamento da subjetividade. Quando um artista moderno pinta um quadro repulsivo, uma pessoa pode se sentir repelido por sua feiúra. Entretanto, o artista estava sendo honesto na medida em que expressava suas experiências íntimas acuradamente. Aqueles que compartilharem a condição mental do artista sentir-se-ão excitados e solidários na contemplação de tais retratos de tumulto íntimo.

De maneira semelhante, os cientistas, em sua natural extroversão mental, buscam a verdade no mundo exterior. Eles não são capazes nem de apreciar e nem de compreender o valor dos sábios contemplativos e de suas vastas vivências. Desde tempos imemoriais, os mestres da tradição védica e os filósofos ocidentais têm buscado o Ser. Platão expressou isso na ideia "Conheça a si mesmo"; Buddha, emergindo da tradição hindu, falou do estado de nirvana, que se assemelha à visão hindu de "um Ser onipresente". As escrituras hindus tratam exaustivamente deste assunto. Não que isto seja uma glória específica dos hindus. Ocorre que eles dirigiram seu gênio à investigação deste tema por um longo período de contínuo questionamento. O Ocidente, por outro lado, teve um considerável progresso tecnológico, não necessariamente devido a uma graça específica do Senhor, mas devido ao caráter ocidental, revoltado contra a "idade das trevas" dos tempos medievais e dirigido aos aspectos mais racionais e diretamente observáveis da vida.

O mundo exterior é como que inexistente para quem não o experiencia. As cataratas do Niágara - para muitos de nós - consistem de uma imagem mental colhida de palavras ou imagens. Mas para aqueles que estiveram lá frente a elas e intelectualmente e emocionalmente experienciaram sua majestade, para estes as cataratas são muito reais. Os antigos rsis do período védico declararam que o mundo objetivo tem validade somente devido a "mim", o sujeito. Eles dirigiram sua atenção a uma busca pelo Ser enquanto o Ocidente se concentrou em aprender mais a respeito do mundo dos fenômenos observáveis. A ciência que explana e expõe o mundo subjetivo torna-se conhecida como espiritualidade em contraste evidente às ciências objetivas dos tempos modernos.

Os cientistas compromissados com o estudo do Sujeito - profetas, santos, sábios, mestres - investigaram a totalidade da pessoa, não meramente a sua estrutura anatômica, suas funções biológicas, seus movimentos psicológicos, suas habilidades intelectuais, todas pertencentes ao reino da ciência objetiva. Eles investigaram o ser humano como o "experienciador" desta vida, que colhe suas experiências não somente no estado acordado, mas também no campo dos sonhos e no reino do sono profundo. Os filósofos ocidentais, por outro lado, divisaram o ser humano unicamente em seu parcial estado "desperto". Apenas na última década, se tanto, iniciaram sem maiores interesses seus estudos com o "adormecido" e suas experiências.

Os mestres hindus fizeram uma importante descoberta, resultante de suas exaustivas observações do desempenho total do indivíduo, em sua peregrinação do útero ao túmulo. Todas as experiências nos três estados de consciência (acordado, sonhando e em sono profundo), eles disseram, são experiências "dele". "Ele" é o sujeito. A busca, agora, é dirigida à questão "Quem eu sou"- quem é este que, em última instância experiência as alegrias e tristezas das situações e circunstâncias no estado acordado, no estado de sonho e no estado de sono profundo?

Neste momento pode ser vantajoso para você se, por um instante, parar para analisar o que constitui o conhecimento de uma experiência. Por favor, pense comigo. Coisas constantemente se processam em torno de você. Do que você não está consciente, não é uma experiência para você. Neste mesmo momento, um amigo querido pode ter se acidentado em alguma outra parte do mundo. Isto aconteceu, mas não foi experienciado por você. O telegrama chega à noite e só então você se torna consciente da trágica ocorrência. Logo, consciência de uma coisa é conhecimento desta coisa.

O conhecedor em cada um de nós é, portanto "Eu", uma corrente de consciência de coisas. (Meu caro leitor faça, por favor, uma pausa aqui e pense antes de prosseguir. Quando você tiver assimilado a ideia, continue).

Suponha que quando em profunda meditação você eleve sua mente para além das experiências dos objetos. Você não estará em um estado de Pura Consciência unicamente, a luz na qual você se torna "consciente de" coisas? Pense.

Esta "consciência isenta de objetos" é a sua real natureza. A luz no mundo ilumina os objetos. Quem ilumina é distinto do que é iluminado. Na luz em si não há objetos. Na luz do sol não existe nenhum mundo, entretanto o mundo é iluminado pela luz do sol.

Em um silente momento de contemplação, quando eu me dirijo à luz da Consciência, despojado de todos os objetos, incluídos meu próprio corpo, sentimentos, pensamentos, eu diviso a mim mesmo.

Neste momento como estamos, nós vivemos sem conhecimento de quem somos - ébrios, tolos ou lunáticos fugidos de algum asilo. Em nossa presente condição jamais podemos manter um relacionamento apropriado com os seres e objetos do mundo. Cada um de nós está condicionado por suas concepções anteriores, seguindo pela vida afora atrás de falsas esperanças, loucas ambições e ideias fúteis e inúteis. Chega disso! Busque e conheça quem você é. Eu sou indescritível. Eu não caio em nenhuma categoria. Eu sou você - você mesmo em sua pureza. Portanto onde você é puro, você é Chinmaya. Em sua confusão você me chama "mestre" ou "santo", mas eu sou tão somente você mesmo, redimido de suas próprias confusões.

P.: Podem ciência e religião coexistirem?

R.: Você está falando em linguagem do século 19. No século passado esta pergunta seria válida. Não é mais. Física e metafísica estão unidas hoje.

Aquele livro sobre o conserto das motocicletas (Zen and the art of motorcycle maintenance) - um livro magnífico. Como nossos textos védicos. Nós sempre estudamos as ciências materialísticas junto com as ciências religiosas. Esta integração sempre houve em nossas escrituras. Ayurveda - a ciência medicinal - é parte de nossos Vedas. É somente através das ciências materialísticas que podemos alcançar o mais alto. Nós fomos mandados para cá para mascar exaustivamente o mundo ao nosso redor - mascá-lo e cuspir sem arrependimento.

Chinmayananda

Fonte: http://www.vidyamandir.org.br/textos.htm

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Quando Surge a Primeira Tendência? - Chinmayananda


O bicho da seda tira a seda de si e fica presa no casulo que ela própria constrói ao redor de si para sua proteção

Se jiivaatman (o indivíduo) surge de paramaatman (a totalidade), como ele se torna contaminado pelas vasana do mundo pela primeira vez (no primeiro nascimento)?

O tempo surge de paramaatma (brahman) que, por sua vez está além do tempo. A distância entre dois pontos é chamada de espaço. Por exemplo, um espaço de 5 cm entre o ponto A e o B. Mas qual é a distância no ponto A? É zero. Distância, o espaço, só existe entre o ponto A e o B. Da mesma forma, entre dois pensamentos, há um tempo. No momento do pensamento não há tempo, pois esta é a medida entre dois pensamentos.

Durante o sono profundo, sem sonhos, não temos percepção do tempo porque não há pensamentos. Quando não há pensamentos, não há concepção de tempo. Quando acordamos, há um novo evento. Como temos um outro evento anterior, de quando fomos dormir, temos uma experiência de tempo.

Em brahman não há pensamentos e somos brahman. Se no início há brahman, onde não há pensamento, então o primeiro evento é o primeiro pensamento, que acontece em brahman. Quando somos conscientes do primeiro pensamento, então há a consciência, o primeiro evento. Quando o segundo pensamento surge, cria-se o tempo, a distância entre o primeiro e o segundo pensamento. Quando surge o terceiro pensamento, já há o fluxo da mente.

A criação da vasana só pode ocorrer no conceito de tempo. Porque no tempo há eventos, pensamentos, experiências e, consequentemente, impressões. E quando surge a primeira vasana? As vasana são as pegadas dos nossos pensamentos, das nossas atividades, ações. Então se poderia supor que a primeira vasana surge com a primeira experiência, no primeiro evento, mas não é esse o caso.

Imagine que estamos andando em uma calçada de cimento em frente a uma praia. Ao começarmos a caminhar pela areia, colocamos o primeiro pé, mas esta marca ainda não é uma pegada, pois estamos com o corpo neste local. Quando colocamos o segundo pé, criamos uma segunda marca, porém ainda não é uma pegada, pois também estamos com corpo sobre ela. E é somente quando retiramos um dos pés, para dar o terceiro passo, é que temos a primeira pegada, a primeira vasana. Assim, a primeira vasana só pode surgir no terceiro pensamento. No segundo pensamento se cria o tempo, a menor unidade de tempo, o "segundo", e por isso não o chamamos de "primeiro".

No primeiro "segundo" temos a consciência. E, voltando a pergunta inicial "como somos contaminados pelas vasana do mundo?", eu não sei! Com o primeiro, o segundo e o terceiro pensamentos, eu não posso de fato ser contaminado ou preso pelas vasana, pois as vasana só existem no tempo e eu sou livre do tempo, que existe como uma experiência para mim. Basta que eu volte a causa inicial que é brahman, minha própria identidade livre do tempo, assim como o bicho da seda, que tira a seda de si e fica presa no casulo que ela própria construiu ao redor de si para sua proteção. Ou uma pessoa que construiu uma casa por dentro e, ao final do último tijolo, percebe que se esqueceu de deixar janelas ou portas; criou uma tumba para si! Quando se sentir preso pelas vasana, vá além da mente!

Chinmayananda

Fonte: http://www.vedanta.pro.br/quando-surge-a-primeira-tendencia-aula-de-swami-chinmayananda/

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